quarta-feira, 20 de outubro de 2010

REPARAÇÃO DE NERVOS,MÚSCULOS,OSSOS E TENDÃO

NERVOS:Quando ocorre a reparação dos nervos o processo é de regeneração. Como as células do
sistema nervoso não se multiplicam, a regeneração ocorre pela neoformação do axônio e isto só é
possível quando o corpo celular não sofreu necrose. A degeneração da porção distal do axônio é
chamada de degeneração Walleriana. Se o corpo celular sofreu lesão irreversível a regeneração não
se processa, podendo ocorrer uma cicatrização da área. O axônio lesado prolifera usando o caminho
deixado pela fibra lesada, sendo portanto importante a preservação do endoneuro. Se, por exemplo, o
nervo ciático de camundongos é seccionado, e as extremidades são presas com fio de nylon num tubo
de 5 a 6mm de comprimento, deixando um espaço entre as extremidades do nervo de 4-5mm, há
regeneração das fibras motoras e sensitivas. Inicialmente há formação de fibrina, seguida da
proliferação de células endoteliais, fibroblastos, células de Schwann e finalmente por fibras nervosas.
As fibras mielinizadas aparecem após 4-6 semanas. O preenchimento do tubo com laminina parece
acelerar a regeneração das fibras.
No Sistema Nervoso Central, o potencial de crescimento é provavelmente similar ao dos
nervos periféricos mas a proliferação glial é usualmente uma barreira para a regeneração. Mesmo
após anatomicamente regeneradas, as fibras nervosas levam ainda algum tempo para retornar à
função da inervação original. A neoformação das placas motoras é possível sob algumas condições,
bem como a neoformação de terminações sensoriais. O tempo requerido para a regeneração das fibras
nervosas é variável. Nervos esmagados em coelhos, começam a regenerar-se após 5 dias, e os
axônios crescem a uma taxa de 3-4mm por dia, enquanto os nervos seccionados iniciam a
regeneração após 7 dias e crescem 2-3mm por dia. No homem as taxas de crescimento dos nervos são
menores do que na maioria dos animais.
Reparação no SNC
Lesões no cérebro não são reparadas por fibroblastos, mas sim por astrócitos. O tecido
necrótico é substituído por astrócitos que formam fibras gliais (gliose). Se a lesão for mais
pronunciada, há formação de cavidade contendo liquido (cisto), envolvida por astrócitos e fibras
gliais.
MÚSCULOS
O tecido muscular liso tem capacidade de regeneração, embora áreas extensas sofram
reparação por cicatrização. A regeneração do músculo liso pode ser observada especialmente em
duas condições: regeneração de pequenas áreas da mucosa intestinal e proliferação de vasos
neoformados. A capacidade de regeneração do músculo estriado é muito limitada, podendo-se dizer
que a capacidade de regeneração do músculo cardíaco é inexistente. Deve-se lembrar, entretanto, que
as células musculares estriadas podem apresentar hipertrofias acentuadas.
Devido a reparação incompleta do tecido muscular do abdômen, é comum após cirurgias
abdominais a formação de hérnias. As hérnias são projeções de vísceras devido a pressão abdominal
nas áreas de enfraquecimento do tecido muscular. Hérnias inguinais e umbilicais são bons exemplos.
Também pode ocorrer a protusão de um órgão para uma cavidade natural, como a vagina, no
prolapso uterino.
OSSO:
Enquanto o tecido ósseo pode ter uma reparação sem maiores complicações, a cartilagem
pode formar um tecido desorganizado levando à lesões irreversíveis. Portanto, enquanto a fratura da
tíbia pode voltar ao normal, a ruptura da cartilagem do joelho ou as alterações da cartilagem na artrite
podem ser irreversíveis. Na reparação óssea os seguintes passos ocorrem:
REDUÇÃO DA FRATURA: para facilitar o processo de reparação e para evitar deformidades, os
fragmentos da região fraturada são aproximados. Este processo é chamado de redução da fratura.
Fatores predisponentes à fratura óssea:
- osteoporose (fêmur, coluna vertebral)
- osteomalácia (fraturas pequenas, mas não são substituídas)
- doença de Paget
- tumores primários e metástases
- osteogênese imperfeita

PATOLOGIA GERAL;FOP-UNICAMP; ÁREA DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA

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